sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Simples guerreiro



Depois de tentar, correr atrás, tentar corrigir alguns erros que acreditava conseguir revertê-los em coisas boas, ele foi atingido violentamente pelo amargo sabor da derrota. Perdeu da forma mais cruel, batalha por batalha, pois acreditava que após uma derrota, existiria a possibilidade do triunfo posteriormente, mas ele nunca vinha.
Ainda assim, ajoelhado e em prantos, custou a acreditar que tudo o que ele um dia planejou para si, era queimado na grande fogueira chamada realidade.
Com sua espada quebrada, sua armadura danificada e com os punhos cerrados, se sentiu obrigado a desistir. Mas não era qualquer desistência, teve que abrir mão de ter aquilo que mais amava na vida, abrir mão de seus desejos mais profundos, de seus princípios, de seus ideais, daquilo que mantinha sua alma viva.
No mesmo instante, sentiu que era o fim e que não resistiria aos ferimentos no coração, aliás, sentia nem tê-lo mais no peito.
Lamentou a derrota por muito tempo, desejou não viver mais, não queria comer, falar, nem se quer ver a cara dos dias que amanheciam em sua janela enquanto sofria.
Sua alma, se esvaziou de uma forma tão fria e sombria que chegou ao ponto de não sentir mais nada, nem mesmo dor. E livre da dor da forma mais triste possível, encontrou em si um meio de recomeçar.
Decidiu então, retomar as velhas amizades, frequentar os lugares que só lhe traziam boas lembranças, respirar ares que lhe traziam tranquilidade. Mas decidiu principalmente evitar tudo o que fazia lembrá-lo daquilo que provocou a maior dor de sua vida.
Quis dar cor para aquilo que estava o deixando preto e branco, quis sentir mais uma vez o quanto era doce provocar um sorriso em alguém.
Aos poucos foi se reerguendo, tentando manter-se sempre com a mente ocupada, para não ter tempo de pensar em coisas tristes.
Reconstruiu sua armadura de uma forma ainda mais reforçada com tudo o que as experiências da vida foram capazes de lhe ajudar. Depois de vesti-la se sentiu leve, puro, liberto, capaz, novo!
Com sua alma protegida mais uma vez, quis restaurar sua carne, aquilo que mantinha seu corpo de pé, a espada que guiava suas decisões e indicava a direção a seguir, o seu coração.
Como num transplante, agora suas feridas se curaram, sentindo-se livre, forte e confiante. Agora seus passos eram para frente.
E se livrando de todos os pesos que antes o deixavam mais lento, bagagens que depois viu não ter utilidade em sua vida, apenas causavam sentimentos de que ele não precisava. Percebeu o quanto era simples ser feliz, que através de pequenos gestos tinha conseguido conquistas grandiosas.
E foi assim, com a simples vontade de querer viver novamente que ele renasceu. E enquanto era tempo. Tempo de perceber que guerras sempre só terão um vencedor, e que onde há guerra, não há amor. Que as coisas bonitas que ele procurava jamais seriam encontradas onde elas não eram plantadas. Decidiu fazer seu próprio plantio, regar com aquilo que ele acreditava ser bom, e colher o que havia planejado. E sendo simples em tudo, nas palavras, nos gestos, nas amizades, nos amores, conseguiu a melhor das simplicidades.
A DE SIMPLESMENTE SER FELIZ, pois é isso o que de fato importa na vida.