E lá foi ela, depois de se cansar da oposição, de imitar tudo o que os outros julgavam ser bom, de ser boazinha só para satisfazer vontades alheias, de usar as roupas da moda, de se matar de estudar, de se matar de amar, de se matar de sofrer. Percebeu que estava vivendo, mas não a sua vida, percebeu que estava ganhando, mas nada que te satisfazia.
Percebeu que estava sentindo... Sentindo falta, sentindo dor, sentindo um vazio, sentindo medo. Medo de nunca conseguir se tornar o que ela realmente queria, medo de apenas satisfazer os outros e não se reabastecer com isso.
Resolveu então morrer... Morrer para os problemas, para os falsos amigos, para a pilha de tarefas escolares, para as pressões do seu trabalho, para as brigas de família e enterrou tudo isso a sete palmos do chão.
Se sentiu mais leve, embora não em pouco tempo, mas sentiu. Aprendeu a dar valor ao que realmente importava, aquelas coisas que muita gente ainda insiste em dar as costas, as coisas vitais. O pôr-do-sol, a brisa no rosto, a chuva na palma da mão, o cheiro de terra molhada, os flocos de nuvens, a flor se abrindo. E decidiu, uma vez por todas, nascer de novo.
Renasceu do seu jeito, no seu ritmo, na sua intensidade, com o seu coração, com as suas vontades, percebeu então que isso era bom, e foi admirada por isso.
Pouco depois, percebeu que ela não seguia mais ninguém, mas era seguida, seguida por pessoas que sentiam a mesma coisa que ela sentia antes. A vida começou a fazer sentido, pois ela percebeu que se não tivesse dado o primeiro passo, não estaria fazendo bem para os outros, mas principalmente, pra ela mesma.
E lá foi ela... Ser feliz, e dalí não volta nunca mais!
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[Paulo Victor Clariano]
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